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segunda-feira, maio 12, 2008

GRANDES MOMENTOS LONDON BURNING
 
Luciano Vianna entrevista BLUR - 1999
 
 
Mais de dois anos depois do Oasis ter se apresentado no Brasil, é a vez do seu principal rival pelo título de maior banda dos anos 90 do pop britânico desembarcar no nosso país. O Blur se apresenta este mês em São Paulo e Rio de Janeiro para promover o novo álbum, "13", o sexto da vitoriosa carreira de dez anos do grupo. Ao contrário do que viu o público europeu nos pouco shows que o Blur fez na Europa para divulgar o disco, quando "13" foi tocado quase na íntegra, os brasileiros vão poder aproveitar o melhor da banda, pois os dois shows no Brasil servirão de ensaio para a turnê inglesa por estádios que o grupo vai fazer em dezembro, onde o Blur tocará apenas seus maiores sucessos. Mais conhecidos no Brasil por causa do hit "Song 2" (aquele do úh hhúu), canção do álbum homônimo de 1996, o Blur promete tocar este e outros sucessos como "Tender", "There's no other way", "Parklife" e "Girls & Boys", numa verdadeira celebração do que o brit pop tem de melhor. O LONDON BURNING esteve conversando em Londres com Alex James, baixista da banda, para saber quais são as expectativas do Blur em relação aos shows no Brasil.

  • LONDON BURNING – Quando te entrevistei, no começo deste ano, durante o lançamento de "13", você disse que o Blur não iria sair em turnê para promover o disco. Agora vocês estão indo tocar no Brasil, entre outros lugares. O que aconteceu?

    Olha, não tem como passar a perna no showbussiness (risos). Falando sério, o motivo principal é que ficamos entediados, essa é que é a verdade. Mas também não estamos nos matando nem nada. Participamos de uns 20 festivais apenas. Outro motivo foi dinheiro, o de sempre. Não se esqueça que tem uma diferença muito grande entre o que estamos fazendo agora, que é tocar esporadicamente, e sair em turnê durante um ano inteiro, tocando quase todos os dias. Estou gostando muito de fazer as coisas deste jeito.

  • LONDON BURNING – E qual foi o melhor lugar desta turnê até agora?

    A comida era muito boa na Bélgica e o Reading Festival também foi ótimo, pela energia do público. Tocar em festivais é legal porque você acaba encontrando todas as suas bandas prediletas. É como um grande playground, um recreio. Tem os amiguinhos, os rivais, os que dão vexame. É muito divertido. Depois a gente tem assunto durante meses.

  • LONDON BURNING – Quais são as tuas expectativas em relação ao Brasil?

    Um dos motivos pelos quais queremos ir é porque realmente não sabemos o que esperar. É um jogo, porque nunca estivemos tocando na América do Sul e vai ser um desafio. Ficamos cansados de viajar pelos Estados Unidos num ônibus, indo parar em lugares que já não nos interessam. Quando você tem 22 anos e são 4h da manhã e você está bêbado num ônibus com a sua banda indo para San Francisco tudo é um grande barato, mas aos 30 perde um pouco a graça. A vida é muito curta. O Blur lançou seis álbuns nesta década e nós saímos em turnê em todos eles. Não conheço muitas bandas que tenham feito isso.

  • LONDON BURNING – E para o set list? Vocês têm alguma coisa planejada?

    Não faço a menor idéia. Mas o mais importante ao vivo é tocar as músicas que a platéia conhece. Você tem que dar às pessoas o que elas esperam. Para ser sincero, ainda não paramos para pensar nisso, mas provavelmente vamos tocar uma boa seleção de singles conhecidos e músicas do disco novo. Um pouco de tudo. Me diz uma coisa, a gente teve algum hit no Brasil?

  • LONDON BURNING – Mais de um, mas provavelmente "Song 2" foi o maior deles.

    O engraçado com "Song 2" é que parece que a música está mais famosa agora do que na época que foi lançada.

  • LONDON BURNING – Vocês vão aproveitar para sair e conhecer um pouco as cidades aonde vão tocar?

    Se você está preparado para sacrificar um pouco o seu sono, viajar em turnê é uma ótima maneira de conhecer lugares diferentes. Se você faz parte de uma banda de sucesso as pessoas normalmente têm prazer em te receber nos seus clubs e restaurantes e isso é muito bom. Acho que uma das maiores vantagens de fazer parte de uma banda é ter a oportunidade de viajar e conhecer o mundo. Isso teve um efeito muito significativo na minha vida. A idéia de que você não vê nada a não ser quartos de hotéis quando em turnê é uma idéia criada por gente chata que faz parte de bandas ruins (risos).

  • LONDON BURNING – O Blur recentemente lançou uma caixa de lados B. Qual é a idéia por trás do lançamento?

    Bom, a banda fez dez anos. Isso é tempo para caramba. Uma década! Para cada single que lançamos, fizemos um lado B diferente, que não ficou tão conhecido. É estranho como a indústria trabalha aqui, obrigando as bandas a produzirem milhares de músicas que praticamente não vão ser utilizadas. Por isso, ao longo destes dez anos acumulamos cerca de 200 lados B, que estamos lançando todos juntos numa caixa só. É uma oportunidade de os fãs verem, faixa a faixa, como evoluímos, porque na gravadora ninguém ligava o que fazíamos com os nossos lados B, por isso é aonde tivemos mais liberdade criativa.

  • LONDON BURNING – Recentemente o baixista do Oasis se demitiu, mas a banda continua. Se você se demitisse o Blur, você acredita que os outros três seguiriam em frente sem você?

    Acho que eu não me demitiria, seria demitido! (risos). Não sei. Esse disco do Oasis, com tantos problemas e gente saindo no meio... Dá impressão de que a coisa não está lá muito boa, não? Sabe, você tem que mudar. Não dá para ficar fazendo a mesma música sempre, tem que evoluir, senão fica grotesco. Os irmãos Gallagher parecem dois gobblins. (Irônico) Apesar de que nos damos bem quando nos esbarramos por aí.


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